domingo, 29 de maio de 2016

Aprendendo com vídeo games

Caros leitores, como estão?

hoje vou falar de uma das coisas que mais atraem crianças e adultos, e eu me incluo nisso. Vou falar dos vídeo games. Essas reflexões são baseadas nos trabalhos de James Paul Gee, professor de Estudos de Alfabetização, na Faculdade de Educação Mary Lou Fulton da Universidade do Estado do
Arizona. Ele estuda como os vídeo games podem se ajustar às teorias de aprendizado.

Você já parou para pensar o que é um vídeo game? E o que ele permite?

O que vemos é que os vídeo games se propõem basicamente a resolver problemas, tudo que um game te oferece é um conjunto de situações que precisam ser resolvidas, não importa o quão difícil seja, você precisa solucioná-lo para vencer.

É sempre preciso avaliar o aprendizado, pelo menos é assim que fomos acostumados. E definitivamente as escolas não sabem avaliar bem, é preciso inovar também nas avaliações. Nós achamos natural que alguém frequente uma turma de matemática por 2 meses (bimestre escolar) e no final se aplique uma prova de matemática para testar a aprendizagem, eu pelo menos passei por isso durante toda a minha vida escolar.

Quem joga sabe, o que mais fascina é a dificuldade. Quanto maior o desafio, maior o desejo de vencer. Pensem na lógica dos games, as pessoas pagam por algo que vai coloca-las em uma situação de dificuldade, de trabalho árduo, de dezenas de tentativas em vão. Justamente por esse motivo é preciso que os games ENSINEM, do contrário, vai falir.

A aprendizagem nos vídeo games é bem diferente do que vemos nas escolas, em Dino Crisis por exemplo, o jogador é solto em uma ilha repleta de dinossauros, para sobreviver é preciso escolher a melhor estratégia e ter agilidade para escapar. Já na série Civilization com uma série complexa de comandos é preciso construir um império desde o início da civilização humana, o jogador evolui passando por eventos importantes como a descoberta do fogo, a invenção da roda, matemática, arquitetura e outros. Neste game é possível evoluir até um futuro próximo e fazer alianças com civilizações de outros jogadores. Isso é muito mais complexo do qualquer coisa que as crianças veem na escola.


Tela de Dino Crisis (à esquerda) e de Civilization (à direita)

Agora imagine se uma criança termine game Dino Crisis, suponhamos que ela demore umas 40 horas para isso, você ficaria tentando aplicar uma prova sobre Dino Crisis a ela? É claro que não! O jogo já a testou! E porque aplicamos os testes de matemática para ver se aprendeu ou não?
A resposta é simples, se confia mais no modelo de aprendizagem do Dino Crisis do que no modelo de aprendizagem da turma de matemática

Portanto, o importante não é saber fatos isolados, é usar fatos e informações como ferramentas para a resolução de problemas, é ser capaz de resolver problemas com aquilo que você sabe. O professor James aponta que esse sistema já está pressionando as escolas, afinal é um espaço altamente desestimulante, atualmente crianças estão produzindo o seu próprio conhecimento, seja sobre robótica, ou mídias digitais. Esse seria o futuro?

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