segunda-feira, 16 de maio de 2016

O buraco na parede


Primeiramente gostaria de fazer um convite a todos os leitores, pense nas coisas que vocês mais gostam de fazer, coisas que trazem prazer, por exemplo, viajar, praticar esportes, comer bolo de chocolate, etc...

Pensou? Ir para a escola estava entre as coisas que você pensou?

Pois bem, agora observe bem a foto ao lado e tente imaginar o que essas crianças estão fazendo, elas parecem curiosas não é mesmo? Essas são crianças indianas e elas estão utilizando um computador que foi colocado em uma parede. Isso mesmo, na parede!




A ideia é de Sugata Mitra, um simpático professor de Tecnologia Educacional da Faculdade de Educação, Comunicação e Ciências da Linguagem da Universidade de Newcastle, na Inglaterra.

O pesquisador é autor do projeto “Hole in the Wall”, ou “Buraco na Parede”, que começou em 1999, quando ele disponibilizou um computador com acesso a internet, a uma comunidade pobre de Nova Déli, na Índia, que ficava ao lado do seu escritório. Através de um buraco na parede, ele queria verificar se as crianças conseguiriam aprender sozinhas, para que servia, como manusear  e como produzir através daquela máquina.

A partir de 2004, a pesquisa voltou-se para pessoas que falam inglês nos empregos indianos. A ideia de Mitra foi introduzir no computador de uma turma específica um programa que transforma em texto as palavras ditas em inglês. Outra evolução da pesquisa foi analisar o fracasso, no entanto constatou que não houve fracasso para ser analisado. NÃO HOUVE FRACASSO!

Mitra defende que o “futuro da educação está na auto-educação
”, e o papel do professor do futuro seria o de apresentar questões que instigam a curiosidade das crianças, por meio de um ambiente de aprendizagem auto-organizado, um espaço motivador nos quais os grupos de crianças possam aprender de forma colaborativa partindo de um desafio que desperte seus interesses, sem a intervenção da figura do professor - a Educação Minimamente Invasiva.




As pesquisas com crianças e computadores são aplicadas por Mitra em vários países, inclusive no Brasil, tendo como configuração do experimento apresentar grandes questões às crianças e esperar pelo resultado das buscas em grupo.  



Se ir à escola não estava entre as coisas mais prazerosas e instigantes que você fez na vida, provavelmente é porque não tem nada (ou quase nada) de inspirador lá. Na escola tradicional o aluno é cobrado apenas para reproduzir conhecimento, acarretando a educação bancária, ou seja, o professor deposita o conhecimento e o aluno simplesmente absorve o conteúdo repassado. A singularidade do sujeito, o seu protagonismo são elementos não valorizados, julga-se que essas práticas inibem o desenvolvimento de ações criativas e do perfil de competência dos discentes.

O projeto de Mitra é um sucesso, e a receita é simples, aprender fazendo, se divertindo e sendo protagonista do próprio conhecimento.




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